terça-feira, 29 de abril de 2014

Primeira desconstrução terapêutica: parar de carregar o mundo nas costas!


Como já comentei o medo que estava sentindo havia me deixado, porém eu tinha muitos outros problemas, o medo de morrer era apenas um deles.

E o começo da desconstrução foi a partir dele, tive que responder às perguntas: porque eu tinha tanto medo de morrer? O que eu achava que ia acontecer se eu morresse?

Essas perguntas me levaram à conclusão de que tinha gente demais que dependia de mim, que eu carregava nas costas - diga-se de passagem, nossas costas só aguentam os nossos problemas, sempre que ousamos colocar outros problemas que não os nossos, danificamos o nosso corpo, corpo esse, que precisamos para tudo que quisermos fazer na vida.

É óbvio que não se cumpre essa tarefa assim por completo logo no primeiro momento. Podemos nos comparar a uma cebola, em que vamos tirando cada casca de uma vez, apenas a parte grosseira dessa desconstrução foi feita, e hoje, ainda, tenho que tomar cuidado, porque às vezes me pego carregando problemas que não são meus, então é importante dizer que tudo que enxergamos como parâmetro de mudança, tem que permanecer como foco constante de nossa atenção, pois passamos uma vida baseada nos antigos padrões e tendemos sempre voltar para eles.

Eu me achava mega importante porque podia ajudar as pessoas, achava inclusive que era para isso que o dinheiro servia, e que pouco importava se fosse faltar para mim, ficava feliz com a alegria da outra pessoa, isso me confortava.

Eu precisava ser a queridinha, a boazinha, a que sempre ajuda, vivia os problemas dos outros para não enxergar os meus, por isso que sempre estava exausta e lisa.

Então esse problema leva a outro; fazia concessões demais, dizia sim, quando na verdade queria dizer não, e ficava com raiva depois, cobrando da pessoa para a qual fiz concessão.

A desconstrução vem justo no dizer não para o que não se quer fazer, por exemplo, tomei posse do meu carro, ele agora era meu, e só emprestava quando eu não fosse usar, não tinha essa história de reservar o carro antes.

É claro que isso traz um desconforto, a pessoa que sempre recebeu um sim, fica transtornada quando começa a receber um não, e a queridinha passa a ser a imprestável, egoísta.

Mas é como se você estivesse numa tempestade; é incômodo, mas passa, e na sua vida sempre tem outras coisas boas acontecendo, então é só mudar o foco de atenção. Dá vontade de voltar atrás, nessas horas é bem importante ter uma terapeuta que te ajude a passar por esse momento de mudança, depois as pessoas acabam por se acostumar com a sua nova versão e lhe respeitam mais.