Muito cedo ainda íamos ao salão para a nossa meditação
matinal, em jejum e sem banho, porque íamos suar. Hoje, realmente não me lembro
de todas as meditações que foram utilizadas na época; todas eram novas para
mim, estranhas até!
Eram meditações ativas de OSHO, tais como a kundaline e
chakra breathing, e outras construídas pela minha terapeuta. Fiz as meditações
me achando a maior extraterrestre. Como teve gente que algumas vezes ficou só
olhando e outras que não chegavam a tempo de fazê-las, se eu quisesse também
poderia fugir.
Mas a proposta era pelo menos tentar. Fi-las com a entrega
que tinha naquele momento, com o medo de estar fazendo errado, então de vez em
quando abria os olhos para checar se estava certo. Quando sentia uma dor,
diminuía o ritmo; enfim, não foi entrega total!
Mais uma vez parecia muito ridículo aquilo; tive vergonha,
mas todo mundo estava fazendo, fiz também!
Hoje sei o tamanho da transformação que pode acontecer com
essas ferramentas, o quanto se quebra de condicionamentos com elas, são
excelentes para mudança, só que tem um detalhe, nunca sabemos o que vamos
mudar, simplesmente mudamos, daí num primeiro momento a expectativa de quem já
conhecia o trabalho.
De toda forma suava bastante, era boa como atividade
aeróbica - que eu adorava nessa época, servia para experimentar coisas novas e
ter o que contar, por exemplo.
As meditações de OSHO foram cientificamente elaboradas para
nós que pensamos muito e não conseguimos parar a mente; então a idéia é esgotar
o corpo e depois relaxar: nesse relaxamento, acontece a meditação.
Olha, a cada dia ficava mais intrigada com o que ia
acontecer nesse momento matinal, sempre era uma surpresa nova, totalmente fora
dos meus parâmetros; foi muito bom para o meu medo do novo.