Eu queria muito conhecer a
chapada, já fazia parte dos meus planos, só não sabia como, tinha visto umas
fotos de um grupo lá na terapia na chapada, pensei: “quando tiver eu vou!”.
Cheguei na minha sessão e recebi
o convite para ir para a chapada, era um convite de última hora: teria que
comprar a passagem no mesmo dia, sem mais perguntas; fui lá e comprei!
Estava feliz que eu ia para lá e
nem pensei em nada, no meu namorado, no que ia dizer em casa, o que eu queria
mesmo era ir.
Era um grupo cujo foco era o
processo terapêutico, mas o que eu queria mesmo era conhecer o lugar, já estava
também interessada na terapia, queria saber também o que aconteceria em cinco
dias intensivos de grupo.
Eu já havia dormido fora de casa,
mas sempre para fazer concursos ou quando estava no curso de formação do meu
atual trabalho, nunca para me divertir, sem conhecer ninguém; deu medo, mas a
minha vontade de conhecer o lugar era muito maior.
Quando contei para meu namorado,
ele não disse nada, claro que não pedi permissão, apenas comuniquei que ia, mas
foi bem difícil falar, porque tinha muito medo de ser rejeitada. Ele não tinha
achado bom, mas também não disse nada, sabia que ia ter problemas na volta, mas
queria ir ainda assim.
Tenho essa característica; se
algo me atrai, eu não penso duas vezes, eu simplesmente me jogo, mesmo que
depois eu tenha que lidar com alguns desconfortos.
Estava também na fase da terapia
de não fazer concessões, então por mais difícil que fosse, eu comecei a fazer o
que queria.
Sempre que me deparo com algo que
nunca fiz, sempre que o novo vai se apresentar, eu tenho alguns sintomas: meu
grau de ansiedade aumenta, minha respiração fica ofegante, tenho prisão de
ventre, fico numa euforia. Esses sintomas estão seguramente melhores agora,
então lido com maior tranqüilidade com as mudanças da vida.