segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Primeiros momentos da Chapada

Não tinha a mínima idéia do que me esperaria por lá. Minha mãe como de costume me levou para o aeroporto. Lá, ela encontrou duas pessoas que ela conhecia do trabalho dela; já não fiquei tão só.

Em Salvador, no aeroporto, a primeira surpresa: a comida dos cinco dias seria completamente vegetariana! E adivinhem só, nessa época, não comia verduras. Foi um pouco desesperador, mas ainda pensei que poderia comer em outro lugar, ou mesmo, as duas caixas de barras de cereal que tinha levado.

Pegamos o ônibus em direção a Lençóis. Muitas pessoas que já haviam feito grupos com a minha terapeuta estavam na expectativa do que ia acontecer, imagine eu!

Fiquei ao lado de uma garota que tinha acabado de conhecer, com quem conversei um pouco enquanto viajávamos. Seria confortável para mim ficar no mesmo quarto dela, mas não aconteceu.

Chegamos de manhã na pousada onde iríamos ficar, e logo de cara uma senhora ladeira para subir; subiríamos e desceríamos toda vez que fossemos para os passeios. A primeira coisa que pensei: “vai ser difícil comprar comida fora!”.

Os chalés eram coletivos e fiquei com mais quatro mulheres nele. Hoje, sou um pouco mais organizada, mas nesse momento eu era bem bagunceira. E o chalé de fato não era muito grande, não tinha espaço para eu desfazer a mala, que nessa época, tinha muitas roupas porque não sabia o que usar, era insegura em relação ao que vestir.  

Chegamos bem cedinho, tínhamos uma hora para tomar um banho e descer para tomar café. Tinha muita gente para usar um banheiro só. Logo vi que era melhor acordar mais cedo, pois não demorava muito no banho e nem gostava de chegar atrasada. As estratégias de sobrevivência já estavam sendo montadas.

A propósito das minhas características, gostava de uma programação, mas logo vi que com a minha terapeuta, nenhuma programação seria respeitada, porque tudo aconteceria de acordo com o momento.

O grupo era formado mais por mulheres que por homens, o que é uma tônica geral. Parece que as mulheres se preocupam mais em se conhecer, ou pelo menos assumem que têm problemas.

Era um feriadão de sete de setembro, então estava na Chapada, e tinha deixado lá em Recife, meu namorado.  Eu não assumia que tinha ciúmes, mas eu tinha e não foi muito confortável deixa-lo lá! Fiquei de ligar para ele todo dia, embora não soubesse em que horário poderia fazê-lo.


Cheia de desafios pela frente, longe de tudo e de todos, sendo posta em várias situações desconfortáveis, sem tempo para racionalizar o que acontecia, só uma pergunta ficava na minha mente: Onde fui me meter? Porém estava na Chapada e estava muito feliz de estar lá, nada mudaria isso dentro de mim!

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